Muitos vampiros procuram não manter nenhuma ligação com
os demais membros de sua espécie, optando por existir e caçar na
solidão. No entanto, a sociedade dos mortos-vivos pratica uma
dança de manipulação e veneno, e poucos vampiros são deixados
de fora dela.
Nossos líderes, culturas, nações e exércitos têm sido meros
peões nessa guerra secreta e as conspirações vampíricas têm
influenciado muito (mas não toda) a história humana. No mundo
noturno dos vampiros poucas coisas são realmente o que aparen-
tam. Um golpe político, problemas económicos ou movimentos
sociais podem ser apenas uma manifestação superficial que acoberta
uma luta de séculos. Os vampiros anciões comandam das sombras,
manipulando mortais e vampiros igualmente — e os anciões, por sua vez, também são manipulados. Na verdade, a maioria dos guer-
reiros não deve sequer imaginar para quem lutam, nem por que.
Supostamente, essa guerra iniciou-se milênios atrás, mas conti-
nua até hoje. Muito em bora os arranha-céus tenham tomado o lu-
gar dos castelos, as metralhadoras e mísseis tenham substituido as
espadas e tochas, e ações ao portador tenham tornado obsoletos os
cofres cheios de ouro, o jogo continua sendo o mesmo. Membro
contra Membro, clã contra clã, seita contra seita: como sempre
tem sido. As disputas iniciadas nas noites do reinado de Carlos
Magno continuam sendo travadas hoje, nas ruas de Nova Iorque.
E as cidades que não param de crescer proporcionam inúmeras
oportunidades para alimentação, poder e guerra.
Cada vez mais, os vampiros falam sobre Gehenna - a profetiza-
da noite do Apocalipse, quando a maioria dos anciões, os míticos
Antediluvianos, se erguerão de seus covis ocultos para devorar todos
os vampiros jovens. Esta Gehenna, como os Membros dizem, será
um presságio do fim do mundo, já que tanto os vampiros quanto os
mortais serão consumidos por uma implacável maré de sangue. Al-
guns vampiros empenham-se em impedir a Gehenna e alguns, de um
modo fatalista, somplesmente esperam por ela; outros ainda a consi-
deram um mito. Aqueles que acreditam, no entanto, dizem que o fim
está próximo - e talvez seja uma mera questão de anos.