Se você seguir todos os passos acima, terá um personagem —
pelo menos num senso puramente técnico.
Francamente, contudo, para seu desgosto, não basta apenas mosntar a ficha, neste ponto o seu personagem não é mais detalhado do que
uma peça de tabuleiro. Agora é hora de pegar o esqueleto que você
construiu mecanicamente com as regras e transformá-lo em uma
pessoa que vive e respira (bem, que anteriormente vivia e respirava). Dê
uma longa olhada em suas Características e números. Por que eles
estão lá? Onde eles se encaixarão na história? Que partes de seu
personagem você ainda não conhece? Como um escritor construindo
uma figura literária, decida todos os detalhes físicos, psicológicos e
históricos que tornam o seu personagem único, até mesmo entre os
mortos-vivos.
E verdade que sua personagem tem uma Aparência de 3 —
mas o que isso quer dizer? Ela tem um sorriso que afundaria milhares
de navios ou simplesmente demonstra uma autoconfiança
desafiadora? De que cor são seus olhos e cabelos? Se ela é hábil em
Performance, Etiqueta ou Armas de Fogo, como ela adquiriu esta
habilidade? Ela sempre quis ser uma estrela de cinema? Sua apa-
rência superficial seria na verdade uma reação contra ser criada em
um trailer? Ao viver pelas ruas, por qualquer razão bizarra, ela teria
descoberto sua aptidão natural de abrir buracos em seus alvos.' Seu
Aliado seria um ex-amante que trabalha para o FBI, com o qual ela
mantém uma relação inquieta e tensa? Ele suspeita do que ela se
tornou e irá ajudá-la na tentativa de observá-la mais de perto.'
Esta última fase da criação de personagem, apesar de ser a menos
"necessária", é a mais importante. De outro modo, o seu Brujah com
Força 4, Destreza 3 e Vigor 3, seria igual a qualquer outro Brujah
com Força 4, Destreza 3 e Vigor 3 — e acredite, existem muitos
destes "personagens" de papel por aí. E isso é uma vergonha, porque
os personagens — especialmente os vampiros — deveriam ser
únicos, fascinantes, memoráveis e cheios de paixão.